Passeio



Andando de bicicleta pela estradinha de terra. Já fazia meia hora desde que deixou sua casa. O objetivo era a cidade mais próxima, distante por mais ou menos 7 quilômetros. A rota exigia prática e afinco. Estava acostumado ao esforço do exercício. Fazia anos que estava familiarizado com esse que era seu esporte predileto. Além do esforço físico, havia o bem-estar cravado na ideia de uma meta a ser alcançada com o término da viagem. Término que só se dava quando a volta era concluída. O meio era a melhor parte da jornada: quando chegava à cidade vizinha. Dava umas voltas pelo pequeno povoado habitado por seres falantes e ativos em seus afazeres diários, perambulando pelas ruas estreitas e planas. Grupos de pessoas em cada esquina. Círculos unidos pela história do dia; pela novidade irresistível. Passava por esse cenário peculiar. Era incrível, cidades vizinhas, tão perto uma da outra, mas com uma atmosfera completamente diferente. O ar era outro. Devia ser impressão, não sei, mas era vívida. Voltava renovado depois dessa ida a outro país, ou planeta. Quando chegava em casa comia alguma coisa, tomava um banho e pensava no seu dia. Tudo tinha que ser aproveitado, nada deve passar despercebido. Um dia desses equivalia a uma epopeia. Era seu feito inimitável, heroico e singular.

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