Handebol de Areia



Chego em casa de noite. Desespero. Nada pra fazer. Nada na tv. Mudo de canal freneticamente. Só avião caindo, míssil explodindo, a mesma guerra de sempre, gente morrendo a rodo e a vareio. A invencível merda habitual. Até que… Paro no canal de esportes e tá passando Campeonato Mundial de Handebol de Areia! Caraio, nem sabia que existia handebol de areia! O jogo é Brasil e Noruega. Detalhe: feminino. As jogadoras usam o mesmo traje das que jogam vôlei de praia: uma espécie de maiô apertado e arisco que, vez ou outra, se enfia no rabo da atleta; tem umas que ficam o jogo inteiro nessa situação, num tipo de fio dental improvisado; já algumas preferem puxar o teimoso tecido toda hora que ele se esconde bunda adentro. Putz, eu já gostava de assistir vôlei de praia feminino; agora, com o handebol a situação é bem melhor. No vôlei são só duas jogadoras em cada time; no handebol são cinco! Puta delícia! A melhor experiência esportiva que tive em anos. A seleção do Brasil se esgoelando contra a seleção da Noruega, que se esgoelava também, num esforço saboroso, de dar água na boca. Puta merda! A tv ainda pode ser divertida! Existe alguma esperança pra humanidade! Handebol de areia feminino é a melhor coisa televisiva que descobri neste século. Aquele monte de carne à milanesa, pulando, dando rodopios no ar, apertando a bola. Não teve jeito, tive que bater uma bronha.

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