O Déspota Budista



O déspota era um homem muito feliz. Fazia tudo despoticamente e alegremente. Adorava promover uma sangria coletiva ou uma orgia mutilante. Acordava cedo todo dia, já cheio de ideias na cachola. “Hum, o que será hoje, um desmembramento etílico ou um estupro no melaço?” Ficava pensando por alguns minutos e decidia qual seria a maldade do dia, que definiria a vida e a morte de seus súditos. Tinha centenas de cachorros, daqueles pretos, esguios e com uns dentões brancos que fariam inveja a qualquer dentista que por acaso estivesse passando na hora da janta dos bichos “Esses cães têm uns caninos de matar!” Tinha alguns gatos também. Gostava deles, mas às vezes colocava algum pra cozinhar (vivo) só pra passar o tempo. Fazia tapetinhos de banheiro com a pele dos gatos mais caros e lustrosos. Adorava dissecar cadáveres de macaquinhos albinos que moravam no quintal de seu palácio. De vez em quando cometia alguns atos necrofílicos no meio de uma necropsia que estivesse muito tediosa para o seu excêntrico gosto. Nos dias de festa mandava chamar 70 carrascos que ajudavam-no a massacrar centenas de homens, mulheres e crianças. O tédio nunca o atingia fortemente. Sempre tinha um elixir para a monotonia que consistia em litros de sangue inocente despejados das formas mais cruéis e criativas. Gostava de ser um tirano sanguinário. Era o seu destino, sua senda. Nasceu em berço de ouro (literalmente). Cresceu aprendendo a abafar revoltas, imolar inimigos, torturar serviçais, seviciar criadas e aniquilar qualquer forma de vida que estivesse abaixo de seu poder, ou seja, todas. Um dia, já tendo cometido todos os atos horríficos possíveis ao ser humano, virou budista. Só faltava isso mesmo, pensou ele, vou virar budista, assim continuarei plenamente feliz, independentemente das minhas atrocidades! Colocou um retrato do Dalai Lama em seu quarto. Todos os dias trazia uma vítima diferente e a matava de forma horripilante em frente ao quadro do Buda reencarnado sorridente. Não sabia se era impressão sua, mas parecia que o sorriso do santo homem aumentava a cada dia.

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