Bronheta



Na sexta, Joaquinzinho já estava meio cansado. De férias escolares, ele não tinha nada pra fazer, só batia punheta. No primeiro dia sem aula, pensou em jogar bola. Não encontrou nenhum amigo. Ficou assistindo novelinha da tarde no canal de televisão sem graça. Tinha umas gostosa… bronha. Intervalo, comercial de sabão em pó… bronha. Filme de cachorro… bronha. Desligou a tv, não aguentava mais. Deitou na cama no escuro. Começou a rezar. Ave Maria, cheia de … bronha. Porra (literalmente), virou uma obsessão. Da janela do quarto, que ficava no terceiro andar, observou a rua. Fim de tarde, um monte de gente voltando pra casa, só muié de sacola, sacolejando… bronha. Já tinha sido umas cinco, que dia perdido (ou proveitoso?)! De qualquer forma era um treinamento. Um treinamento natural. O que regeria sua vida adulta. O manual de instruções interno e eterno. Todo macaco descascava banana. Evolução, pensou Joaquinzinho e partiu pra sexta sem imaginar nada, punheta in loco no vácuo mental. O primata flutuando no espaço, na bronha infinita, originando a via láctea espessa e pegajosa; o big bang da porra! Nesse dia foi bronha pra cacetada! Hoje, Joaquinzinho é velho e continua sendo um praticante fiel do bronhismo. Doou porra pra tudo quanto é lado. Tem uns par de filho espalhado por aí. Não quer saber de nada, só quer continuar bronhando nessa vida porreada.

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