Mortadela Fresca



Um belo pão com mortadela é, comprovadamente, uma obra de arte. Ganha de qualquer trabalho exposto em qualquer bienal da vida.
Mortadela fresca. Fatiada finamente. Muita mortadela de recheio. Pão bom, do tipo filão, francês. Crocante, com miolo de nuvens macias. O miolo deve ser sempre um aperitivo antes de rechear o pão. Mordida estrondosa. Essa sim. Que faz barulho retumbante e produz faíscas brilhantes de migalhas de cascas reluzentes do tão amado fruto da padaria.
Só mortadela. Não precisa colocar queijo nem enfiar manteiga. Não precisa passar maionese nem profanar com ketchup (pelo amor da puta que pariu!) Não precisa de nada disso.
Não coma amendoim antes. Não faz sentido. Se quiser, tome cerveja. Se não quiser, faça o que der na telha.
Não passe creme de repolho na mortadela, não combina.
Não reze antes de comer um pão com mortadela. Não pense em esportes coletivos.
O negócio tem que ser um ritual. Acenda uma vela, coloque um disco do padre Antonio Maria no seu toca-disco, cd, mp3 ou fitinha cassete. Pense no melhor momento de sua vida. Ria, antes de morder, não depois. Morda, mastigue e engula. Você vai perceber que a vida foi feita pra isso e não pra ficar falando merda.

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