A ganância faz o horror

O dono da fábrica de caminhões quer vender. Produz os aparatos mais indefectíveis na hora de acelerar, carregar, transportar e correr. 

As vendas serão ótimas.

A vida do dono, cada vez melhor.


A máquina cumpre seu trabalho. Corre a extremas velocidades e entrega as cargas pesadíssimas em tempo recorde. O motorista raramente dorme e quase nunca desacelera.

As estradas vão se quebrando, esfarelando; e o monstro metálico continua seu caminho interminável.

O lucro é imenso. Os patrões estão cada vez mais ricos e insaciáveis. A razão é a mercadoria.


Ao mesmo tempo seres imperturbados e, na medida do possível, inocentes, trafegam maquininhas (comparando) em seu trajeto.

Duas linhas se cruzam. O som é tonitruante. O gigante aniquila o pequeno. Nenhum dano na maquinona, condutor intacto. Todo dano do mundo na maquininha, seres vivos apagados, dizimados.

Não sobra nada daquilo que entrou no caminho da ganância. Ela passa, incólume, de fato fortalecida. Enquanto, vidas literalmente despedaçadas, esmagadas, destroçadas.

A ganância é o horror dos outros.


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