O Pândego Árdego

O pândego árdego anda pelas calçadas da vida a assoviar os dramas e alegrias do dia a dia.

É voraz em sua autenticidade. Não se satisfaz com meio-termo. Gosta é de quantidade, mais do que qualidade.

Velozmente conduz seu inquieto corpanzil em meio aos transeuntes. Trançando um caminho inadequado e ideal.

Atrapalhando mentes distraídas e fascinando pessoas crédulas e ordinárias.

Tropeça muitas vezes, mas nunca cai. Seu equilíbrio é paranormal.

A força invisível estraçalha o ar com sua motivação indestrutível.

 

O pândego árdego ri em estribilhos. Comunica-se freneticamente e de forma gutural.

Enfurece-se com dificuldade, pois sua paciência é epopeica.

Incansável é a sua normalidade. Impossível, sua monotonia.

A missão a que se dispõe é uma das mais difíceis da Terra.

Acabar com as mesmices do cinzento cotidiano contemporâneo.

E ser imensamente profundo ao mesmíssimo tempo.

 

O pândego árdego não quer avacalhar, nem agradar.

Quer existir de alguma forma sólida e durável.

Mais sólida e durável do que as estátuas da Antiguidade.

Isso é extremamente laborioso, mas talvez seja factível.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Pneumoultramicroscopicossilicovulcanoconiose

Erupção Macarrônica

A Coesão do Universo