A História Original

 



Mais de uma vez já me aconteceu isso, esquecer uma ideia muito boa, original, criativa.

Caminhando e matutando, penso algo muito importante, como uma descoberta, ou uma invenção ousada. Deveria anotar? Não há nada aqui comigo. Problema nenhum, é só pensar várias vezes seguidas sobre o assunto, durante uns 5 minutos, impossível de esquecer. Vai nessa...

No dia seguinte eu nem lembro que eu tinha criado algo em minha cabeça. Nem lembro que eu tinha refletido sobre algo na minha caminhada. Nem lembro que eu tinha formado uma célula embrionária de uma ideia astuciosa e possivelmente revolucionária no meu cérebro.

No dia seguinte eu já estou caminhando novamente e matutando. Reparando na paisagem e nos sons dos passos consecutivos. Respirando a brisa do arzinho da manhã.

Chego em casa, tomo um banho e ligo o aparelho de som. Deito no sofá e fecho os olhos. A música, progressiva, começa a entrelaçar imagens contíguas na minha mente. Quase durmo.

Acordo quando alguém chega fazendo estrondo. É alguém falando alto e jogando seus pertences no quarto ao lado da sala.

Levanto, desligo a música e vou almoçar.

Geralmente a vida dos outros esbarra na nossa e causa uma desconexão imediata de informações oportunas e virtuosas.

Somos tomados por sentimentos mesquinhos e conflitantes. Toda nossa grandeza de alma se desfaz no momento em que outras pessoas adentram nossa casa.

Afinal, a casa é deles também. Mas o que fazer? O que nos resta? Qual será a solução para o eterno combate territorial, histórico e complexo. Territorial vem de terra... Terra. A Terra não é de todos? Como dividi-la? Como conviver? Qual é o segredo para a boa vizinhança?

A guerra começa no íntimo e atinge o ápice no colapso de civilizações.

A humanidade continua sempre do mesmo jeito...

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